domingo, 22 de outubro de 2017

Ciclo da Vida

“Pai, meu sonho é entrar em campo com o Cruzeiro”.

Bom, fazia um ano que não dava certo. Por um motivo ou outro, o Cruzeiro entrava em campo e você não. A camisa oficial do ano passado já nem servia mais.

Desta vez era o clássico, e por uma grande sequência de acasos - de ingresso, de entrada no estádio, de pessoas encontradas e ausências de mascotes - conseguimos.

Passamos na loja para comprar uma camisa nova: a de Pentacampeão da Copa do Brasil. "Depois quero colocar o patch de campeão e o escrito De Arrascaeta, porque a camisa é número 10".

Viu o time descer do ônibus, bateu papo com o Raposão e Raposinho, cumprimentou o Fábio, falou rapidamente com o Thiago Neves e entrou em campo com o Rafinha.

Ver a felicidade em seu rosto, a empolgação em seu corpo, a reflexão do Cruzeiro em seu espírito é algo sem preço.

E eu ali, das cadeira te vendo. Os olhos estavam marejados. A minha felicidade era incontida. Eu estava ali, em você, dentro do campo. Eu estava ali quando cantávamos "A imagem do Cruzeiro resplandece".

Ele voltou e vibramos demais com o gol.

O resultado não foi bom. "Pai, deveríamos ter indo embora no final do primeiro tempo. Disso eu não gostei".

Filho, não importa. Somos pentacampeões, somos tetracampeões, somos bicampeões. Somos loucos. Somos Cruzeiro.

A dor faz parte. Mas a felicidade é muito maior. Quando se olha para o azul com as cinco estrela do Cruzeiro do Sul estampadas vê um time tão combatido, jamais vencido. Um time com inúmeras páginas heroicas e imortais.

O mais importante ali era que você se divertiu e aprendeu.

Hoje você é um cruzeirense melhor e eu sou um pai ainda mais orgulhoso. O ciclo da vida continua.


Foto: Facebook Cruzeiro


quarta-feira, 11 de outubro de 2017

O Título do Cruzeiro... Quinta Estrela! Quem vai perder?

Sabe quando você diz “Não perco isso nem a pau” ou “Nem se eu morrer eu deixo de ir”?

Bem, eu não falei nenhuma dessas duas expressões, mas fazem exatas duas semanas que o Cruzeiro se tornou pentacampeão da Copa do Brasil.

Arrumei ingresso, fiquei mais de duas semanas na expectativa da final, vi programas esportivos, li notícias e pensei como seria lindo o evento.

Na quarta-feira do jogo cheguei bem cedo ao escritório e trabalhei intensamente. Montei na moto e peguei o ingresso antes de ir para casa. Às 19h, eu e meu filho fomos juntos ao treino de taekwondo. Foi um ótimo treino, um dos melhores que já participei. Brinquei com um colega: “cuidado para não me bater forte porque daqui a pouco vou ao jogo”. Ele brincou de volta: “Agora é que vou bater mesmo”. E rimos nós dois.

Voltei para casa, tomei banho e escolhi com cuidado toda a roupa para o evento de gala. Tênis azul, meia branca, calça azul, cueca azul, camisa polo azul da Penalty apenas com as cinco estrelas mais lindas do mundo, que representam o Cruzeiro do Sul e o clube que está no meu coração desde sempre.
Pronto para ir ao jogo. Cruzeiro vai ser campeão

Jantei macarrão feito pela minha esposa Fernanda Matos. Ao me despedir e pegar o capacete, ouvi um “Cuidado para ver se não roubam essa moto lá”. Respondi: “Fique tranquila, vou devagar e chegando lá vou usar o cadeado. Como estou de moto, nem vou ficar preso no congestionamento”. Eram 20h32 quando abri o portão. Como moro relativamente perto do Mineirão, no máximo 21h15 eu estaria pronto para entrar no estádio. Fecho o portão e no coração vai a certeza: o Cruzeiro vai ser campeão.

Viro a esquina da minha rua e começo a descer. A rua é íngreme e nem tem como correr. Estou chegando ao primeiro cruzamento.

Pelos arrepiados, coração disparado, adrenalina alta, cabeça “a mil”. Já não é mais pelo jogo. Sei que o Cruzeiro vai ser campeão, que os foguetes iluminarão o céu de Belo Horizonte pouco mais de meia noite, que as carreatas invadirão a madrugada, que ano que vem o time estrelado estará na Libertadores, que os jornalistas usarão o termo “novo Rei de Copas”, que o azul será a cor predominante das ruas da cidade, que uma nova página heroica e imortal seria escrita.

Tudo aconteceria como eu tinha certeza em meu coração.

Mas menos de um segundo seria o tempo possível para eu não poder dizer “eu já sabia”. Em menos de um segundo eu poderia perder o ar, a voz, o fluxo, a cor e a vida.

Em segundos, os freios tiveram que ser acionados e os pelos arrepiados, coração disparado, adrenalina alta e a cabeça “a mil” já não eram pelo Cruzeiro. Era um ônibus azul que resolveu virar à esquerda de repente e de uma vez bem na minha frente.

Você já esteve em um acidente de moto? Já bateu de frente em uma parede? Ou já viu um acidentado de moto?

Ali entravam em jogo as leis da física, em que, mesmo abaixo da velocidade da via mas morro abaixo, os freios não seriam suficientes. Eu já havia pensado em escrever um livro em que seu início envolvia uma batida de moto. Eu escreveria apenas por achismo. Agora eu sei.

Pelas leis da física, talvez esse livro nunca fosse escrito. Afinal, se você já esteve em um acidente de moto, se já bateu de frente em uma parede ou já viu um acidentado de moto, você já deve imaginar eu morto ou pelo menos muito quebrado e desfigurado.

Mas existem os desvios divinos – ou delineações divinas. Existem anjos e existem livramentos. Existe o inexplicável e também o imponderável.

Lembram do “Não perco isso nem a pau” ou “Nem se eu morrer eu deixo de ir”?
Foto: Cristiane Mattos/Site Oficial do Cruzeiro

Bem, ao jogo não fui. O ingresso está dentro da carteira até hoje. Dentro da sala do raio-x eu ouvi minha esposa gritar “FÁBIO DEFENDEU!!!” e depois “O CRUZEIRO É CAMPEÃO!!!”. Ela que provavelmente nem assistiria ao jogo.

Aquela moto com logo da banda Rosa De Saron no para-lama dianteiro praticamente não existe mais. Nem um osso do meu corpo foi quebrado ou trincado. Dores no punho, na virilha e nos ombro eram suportáveis. Escoriações no punho, no antebraço e no ombro do lado direito eram marcas da vitória que provavelmente se eternizarão em cicatrizes. O Cruzeiro E. Clube tornou-se pentacampeão do Brasil.

Mas, mais importante, Deus provou mais uma vez que Ele existe.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O Mineirão mudou – já não somos mais crianças




Antigamente, meu pai me levava ao Mineirão. Saíamos do interior rumo ao Gigante da Pampulha, com sua arquibancada de concreto, comprando ingresso na hora do jogo, comprando tropeirão, refrigerante (para mim), cerveja (para ele) e picolé na arquibancada.

Na hora do gol do Cruzeiro, na alegria incontida, meu pai me pegava nos braços e me jogava para cima. Não me esqueço da imagem do campo vista do alto, sem contato com o concreto. Eu no ar, em sintonia com o espírito celebrativo do momento.
Era assim com meu pai. Vimos finais de campeonato, jogos importantes, jogos sem expressão, recorde de público do Mineirão. Com meu pai, vi o Mineirão tremer.
Fazia 15 anos que eu não ia ao Gigante da Pampulha com ele. Vi vários jogos sozinho, com minha esposa ou meus amigos. Ontem fazia sentido a história mudar.
O Mineirão mudou. Sentar no concreto já não é mais possível – espremer-se nas arquibancadas tampouco. O balançar da arquibancada, como notei tão claramente no Cruzeiro x Villa Nova de 1997 – eu estava na geral e pela primeira vez via o placar eletrônico movimentar-se tão intensamente na vertical –, já não se pode mais. O Mineirão já não treme mais. O estádio, ao diminuir de capacidade e crescer em estrutura passou a pulsar.
O Mineirão não é mais criança. Eu também não.
Era hora de eu levar meu pai ao estádio. Caminhar com ele pelas ruas do entorno, falando com ele para tomar cuidado e esconder a camisa cinco estrelas ao passar perto dos atleticanos para evitar qualquer confusão. Eu fui ao vendedor buscar os picolés. Eu tentei ir ao bar buscar um tropeiro ou pelo menos um copinho de água.
Na hora do gol, eu já não era mais jogado para cima. Meu pai e eu nos abraçamos, gritamos, trocamos olhar de cumplicidade. Entendemos a alegria despertada um no outro. Agora somos adultos.
Temos nossos problemas. O adulto Mineirão também. Mas a vida está aí para que o errado seja melhorado.
O espírito despertado no Gigante da Pampulha, que desde seu nascimento combinou melhor com a cor azul, é o mesmo da pequena camisa que eu ganhei quando ainda era bebê. Às vezes dizem que não nos lembramos de quando éramos bebês. 

Mas não tenho dúvidas de que o Mineirão se lembra do seu primeiro clássico. Tenho certeza de que ele também não vai esquecer do seu clássico de maturidade.
No Mineirão, o Cruzeiro cresceu. Com o Cruzeiro, o Mineirão ficou conhecido em todo o mundo.

Penso que faria todo sentido o Mineirão ostentar aquela frase que acompanhava as cinco estrelas na camisa branca que ganhei do meu pai quando eu era bebê: “Obrigado, papai, pois já nasci Cruzeiro”.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sobre um sonho portenho, e um pé atrás

JUAN ROMÁN RIQUELME

Dez em cada dez times brasileiros sonham com esse jogador, que o Boca Juniors parece não fazer tanta questão de segurar a qualquer custo. Ele já dispensou a Seleção Argentina por discordar do treinador Maradona.

Com 31 anos (fará 32 neste mês), ele já atuou por Boca Juniors, Barcelona e Villareal. Ele já ganhou a Primeira Divisão Argentina em quatro oportunidades e a Copa Libertadores três vezes, com um título mundial.

Mas, ultimamente, ele vem sendo criticado pela imprensa e pela torcida boquense. Estaria seu fim chegando? O fato é que ele já disse que quer encerrar sua carreira em La Bombonera.

Sorín revelou no programa "Bastidores", da Itatiaia, que o Cruzeiro está tentando contratar o meia argentino. Corinthians, Flamengo e Palmeiras também já sondaram Riquelme. Juampi disse que conversou com o jogador do Boca na tentativa de convencê-lo, e que depende de acerto financeiro entre as duas partes.

Apesar de gostar do futebol de Riquelme, fico com um pé atrás, caso ele venha. É inegável que ele é um grande talento, mas seu futebol teve uma queda nos últimos tempos. Sua carreira está se aproximando do fim. Ele tem provocado alguns problemas de relacionamento (com a imprensa, treinadores e companheiros, como Martín Palermo).

Precisamos saber se viria o Riquelme das últimas grandes conquistas do Boca – aquele jogador que acabou com a Raposa nas oitavas da Libertadores – ou o jogador apagado dos últimos tempos. Além disso, ele provavelmente levaria um bom tempo para se adaptar ao futebol brasileiro e à preguiça dos brasileiros.

Eu gostaria muito de ver o grande Juan Román Riquelme com a camisa 5 estrelas. Mas fico receoso que venha um projeto de jogador.

Um novo Cruzeiro

Foto: VipComm/Arquivo
Hoje o técnico Cuca foi confirmado como novo comandante celeste. Confesso que ele está muito aquém do que eu esperava. Quando ouvi a diretoria dizer que traria um técnico de ponta, pensei em Felipão e, mais ninguém. Entretando, houve negativa dele e também de Ney Franco e Joel Santana.

Nesta noite, durante o programa "Bastidores" da Rádio Itatiaia, o grande Juan Pablo Sorín disse que a diretoria sondou através dele os argentinos José Pekerman e Carlos Bianchi. Os dois foram treinadores da Seleção Argentina. Acho que o objetivo da diretoria, com esses dois nomes, seria o de ter quem cobre raça dos atletas, que andam apáticos. Biachi teria dito que quer curtir a aposentadoria, enquanto Pekerman provavelmente não teve um acerto financeiro.

É muito difícil um técnico estrangeiro dar certo no Brasil. Poucos obtiveram algum sucesso. Os casos mais recentes foram de desastre. Daniel Passarela não conseguiu colocar o Corinthians nos trilhos. Jorge Fossati, mesmo classificando o Internacional para a semi-final da Copa Libertadores, não resistiu às críticas e saiu do time gaúcho.

Cuca fez trabalhos razoáveis no Botafogo dentro do Campeonato Carioca, mas sempre sofria com a sina de pé-frio e eterno vice. Só no ano passado ele conseguiu conquistar o estadual, pelo Flamengo. O último trabalho notável dele foi pelo Fluminense no ano passado, quando evitou que o time fosse rebaixado no Brasileirão. Todos os matemáticos diziam que o tricolor tinha 99% de chances de rebaixamento. Mas ele e seus comandados reverteram a lógica e se livraram da segunda divisão na última rodada.

Neste ano, porém, o Fluminense não engrenou, apesar de ter avançado às quartas-de-final da Copa do Brasil. Ele então foi dispensado e estava desempregado até hoje. Não sei é a melhor opção para o Cruzeiro. Penso que os jogadores precisariam de um general neste momento, alguém tipo um Felipão, para que eles se sentisse pressionados e começassem a jogar de verdade.

Em 2007, quando o Cruzeiro dispensou Dorival Júnior para contratar Adilson Batista, eu estava passando uma temporada nos EUA. Lá em Nova York, pela internet, eu acompanhava ansioso a preparação celeste para o ano de 2008. Não concordei com a saída de Dorival. Ele havia pegado o time com a temporada em andamento e quase foi campeão. A zaga instável prejudicou o excelente desempenho do ataque na época. Fiquei extremamente desconfiado do Adilson que estava por vir e também critiquei.

Com o passar do tempo, Adilson montou um Cruzeiro competitivo, que disputou com um bom desempenho todos os campeonatos que disputou, com a exceção do estadual deste ano. Assim como em 2007, fui contra a saída do treinador, mas, desta vez, foi ele quem pediu demissão. Ele não aguentou a pressão de parte da torcida e da imprensa.

É por isso que, apesar de hoje não concordar, espero que Cuca nos surpreenda e dê muitas alegrias para a China Azul. Quero poder, depois do Brasileirão, dizer que o treinador queimou minha língua.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Ressuscitação

Atlético Goianiense 2 x 1 Cruzeiro

Não tem condição. O time celeste não pode perder para o lanterna do campeonato, mesmo que o jogo seja fora de casa. Essa má fase tem que acabar após the excursion throught the USA.

Não temos técnico e não temos zaga e tampouco um ataque (só meio ataque, como Thiago Ribeiro). Tínhamos plenas condições de estarmos na liderança deste campeonato, mas estamos em 11º lugar.

A diretoria, morosa como sempre, afirma que não tem pressa para arrumar um treinador. Segundo a presidência e a diretoria de futebol, só será contratado um técnico de ponta. Eu não quero nem imaginar o que realmente poderia vir. Não consigo pensar no Cruzeiro com um comandante como Joel Santana, Parreira ou Cuca.

Nem vou comentar sobre o jogo, no qual a Raposa se esforçou para dar uma sobrevida a um defunto. Não são raros os momentos nos quais o time ressuscita algum defunto. O que realmente queremos é que renasça o espírito guerreiro e vencedor que faz parte da história celeste.

domingo, 6 de junho de 2010

Tchau Adilson e Tchau Celestino Raposo

Foto: Washington Alves/VipComm

Adilson Batista se foi de vez. Ele é o maior depenador dos últimos tempos. Com ele, nossa invencibilidade contra o time de Vespasiano foi digna da história. Uma final de Libertadores e disputa real de títulos de Campeonatos Brasileiros. Por tudo isso, muito obrigado, Adilson. Mas, como ele declarou que domingo seria seu último dia no comando cruzeirense, a diretoria resolveu dispensá-lo de uma vez.

Com Emerson Ávila interinamente como técnico, sinceramente não sei o que esperar do time contra o Atlético Goianiense, um dos piores do campeonato. Estamos no sexto lugar. Poderíamos estar bem melhor. Talvez a bagunça atual da direção do clube esteja se refletindo na atuação dos jogadores em campo. Será muito importante que o time recupere sua autoestima. A parada para a Copa do Mundo ajudará muito nesse processo. Que em Goiânia o time reflita as boas atuações do ano passado e fique bem na tabela.

Hoje é o último dia de futebol antes da Copa do Mundo. Mesmo com técnico interino, espero que o Cruzeiro consiga uma grande vitória fora de casa contra o pior time do campeonato. Tomara que os jogadores e o clube se reestruturem durante a parada. E que, depois da Copa, a Raposa renove suas forças e siga rumo ao título brasileiro.

Hoje foi meu último dia no jornal "Super Notícia" como Celestino Raposo. Foi com muito amor ao único time cinco estrelas do mundo que estive lá todo esse tempo defendendo o Cruzeiro, cornetando, cobrando, comemorando, gozando os adversários.

Fiz o melhor que pude neste espaço. Espero ter honrado o nome do Cruzeiro e ter representado bem a China Azul, maior torcida de Minas Gerais e única do Estado que pôde comemorar Liberadores, Supercopa e Copa do Brasil. Muito obrigado a quem me acompanhou lá. Agora vou continuar escrevendo por aqui.

Nem o céu é o limite para o amor do cruzeirense.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Toca da Raposa 3 fechou-se para o espetáculo

O Mineirão agora está fechado para o Cruzeiro. O reencontro com o Gigante da Pampulha agora será apenas no final de 2012 ou em 2013. Já pensou quanto tempo longe da Toca da Raposa 3? Isso mesmo, Toca 3.

Desde a inauguração do Mineirão, em 1965, nenhum time foi mais vencedor do que o Cruzeiro nesse chão sagrado do futebol mineiro. Foram Libertadores, Supercopas, Copas do Brasil, Taça Brasil, Campeonato Brasileiro, Campeonatos Mineiros e Copas Sul-Minas. Foram jogos históricos que a Raposa fez no estádio, como Cruzeiro 0 x 0 Bayern de Munique, Cruzeiro 6 x 2 Santos (de Pelé e cia.), Cruzeiro 5 x 4 Internacional, Cruzeiro 3 x 0 River Plate e vários 5 x 0 no time de Vespasiano.

A era Mineirão do futebol mineiro é sinônimo de Cruzeiro. E o maior público absoluto (e que nunca mais será alcançado) aconteceu em 1997, quando o Cruzeiro derrotou o Villa Nova frente a 132.834 testemunhas. Eu estava lá, sempre estive no Mineirão, minha casa, o lar do time do meu coração. Fui de geral, vi o Gigante da Pampulha tremer como nunca. Vi uma torcida apenas pintar o estádio de azul e toda Minas Gerais com o esplendor glorioso dos grandes espetáculos. Sim, no maior público do Mineirão, a China Azul mostrou porque somos o maior clube e a maior torcida de Minas Gerais.

Ontem, o goleiro Fábio foi homenageado no Hall de entrada do Mineirão, onde deixou as marcas das suas mãos. Ele já é um dos maiores defensores da história do estádio. O único atleta que é unanimidade no elenco cruzeirense atual merece a homenagem. Que ele esteja nos dando felicidades até a volta do Cruzeiro para casa, em 2013. Quem sabe até lá, Fábio, junto com o Cruzeiro e a China Azul, tenhamos conquistado mais Brasileiros e Libertadores...

O ônus

Fotos: Washington Alves/VIPCOMM

O jogo entre Cruzeiro e Santos foi bem movimentado, mas não passou do 0 x 0. Para quem achou que o time celeste estaria retrancado diante do poderio ofensivo santista, e devido à entrada de quatro volantes no time, viu a Raposa atacando e sofrendo vários contra-ataques. Poderíamos muito bem ter saído da nossa última partida no velho Mineirão com uma vitória.

Tivemos bola na trave e superioridade numérica em campo. O time foi para cima, mas não conseguiu marcar. Faltou atacante de verdade. Um elenco que foi considerado o melhor do Brasil e que deixou o Cruzeiro como 4º melhor time do mundo, hoje não é mais o mesmo. Os atletas chegaram ao seu limite, sem contar que alguns saíram.

O ônus caiu sobre Adilson Batista, que anunciou nos vestiários que domingo, contra o Atlético Goianiense, será sua última partida pelo Cruzeiro. Ele foi um excelente profissional no tempo em que esteve aqui. Puderam-se ouvir suspiros de alívio pelo lado de Vespasiano. Amanhã comento mais sobre técnico.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Muito bla bla bla e pouco futebol

É inacreditável que o Cruzeiro tenha sido tão inoperante quanto no jogo de domingo contra o Ceará. O time celeste teve domínio da bola em boa parte do jogo, mas, o máximo que conseguiu foi uma bola na trave no segundo tempo, quando já estava perdendo por 1 x 0, com um gol do renegado Lopes - aquele mesmo que já jogou no Cruzeiro e no Palmeiras.

Apesar da zaga, que vem sendo horrorosa, não dá para explicar o que vem acontecendo com a Raposa. O Ceará mais parece um time do interior de Minas Gerais. Mesmo assim, os jogadores deixaram escapar a chance de chegar à vice-liderança do Campeonato Brasileiro.

Hoje, para dizer que está fazendo alguma coisa, o presidente Zezé Perrella convocou uma coletiva para dizer que o Eduardo Maluf não é mais diretor de futebol, que o treinador Adilson Batista permanece e que jogadores serão contratados.

Ele afirmou que só comentará sobre contratações depois do negócio confirmado. Quem sabe até o ano que vem ele fale de algum reforço. É muito bla bla bla e pouca perspectiva real. Vamos aguardar.

sábado, 29 de maio de 2010

Expectativa de Notícias

Contra o Ceará não tem desculpa para jogar mal. Mesmo com o time de lá jogando em casa, e estando com a mesmo pontuação do Cruzeiro, os atletas celestes têm a chance de se redimir sobre um adversário inferior tecnicamente.



A gente tem que respeitar os adversários, mas um time que não ganhe do Ceará não merece ser campeão. Espero que Adilson Batista seja ousado e entre com um forte poder ofensivo. Se ele se acovardar, poderemos tomar pressão e sair com um revés de Fortaleza. Se vencermos, podemos chegar à liderança do campeonato, dependendo de alguns resultados.



Temos a chance de alegrar toda a China Azul, que espera angustiada pelas notícias de vendas e contratações. A torcida espera boas notícias: que os jogadores importantes não sejam negociados, que bons atletas venham para qualificar o elenco, que uma grande vitória aconteça e que o time chegue à liderança.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um Topa-Tudo


O Cruzeiro está virando um topa-tudo. Estão saindo jogadores importantes e não está vindo ninguém realmente digno de vestir a camisa celeste. Do jeito que as coisas estão andando, o time vai acabar o Campeonato Brasileiro sem o número mínimo de jogadores necessário para se iniciar uma partida. A diretoria apenas libera jogadores e não contrata ninguém.

Desse jeito, a Raposa não será campeã no final do ano e quem que ser eleito à custa da China Azul também não terá nenhum cargo. Parece que o Cruzeiro está jogado às moscas. O que está acontecendo?

Eu que pensei ir a Abu Dhabi no final do ano para acompanhar a equipe, irei, no mais longe, a Porto Alegre e Fortaleza. Eu, que sonhei com título mundial, vou ter que me contentar com uma vaga para Copa Sul-americana no ano que vem? Eu que gostaria de ver craque com a camisa cinco estrelas, parece que vejo Dunga na diretoria celeste.

O que está acontecendo no céu estrelado, pelo amor de Deus?

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Apenas uma vitória magra, graças ao melhor goleiro do Brasil

Washington Alves/VIPCOMM

O jogo desta quarta-feira entre Cruzeiro e Botafogo serviu para duas coisas apenas: para contabilizar mais três pontos na tabela, com o time chegando ao 3º lugar, e para confirmar que Fábio é o melhor goleiro do Brasil.

Antes do jogo, protestos contra a direção do clube e a comissão técnica. Enquanto muitos vão se preocupando com eleição (onde têm pouca chances devido aos concorrentes), o time parece que está abandonado.

A zaga celeste continua brincadeira: pênaltis, jogando em linha, sem garra, etc. O time é Fábio e mais dez. Se não fosse ele, não estaríamos na colocação atual e tampouco teríamos chegado onde chegamos na Libertadores. Se ele for negociado, não sei o que será da zaga. Ele defendeu um pênalti e salvou a noite.

Thiago Ribeiro fez um gol e foi a única outra coisa boa da noite. Sinceramente, ver o Cruzeiro de camisa amarela em campo é um desatino. Independentemente da cor da camisa, que os jogadores não amarelem em campo.

Cruzeiro 1 x 0 Botafogo. Quarta rodada e Raposa em 3º no Campeonato Brasileiro. Apenas isso.

Emagrecendo

Será que em vez de reforçar o time, o Cruzeiro apenas desmanchará o time? Após a eliminação precoce e infantil na semifinal do Campeonato Mineiro, vimos uma barca ser dispensada do elenco principal. Agora, pouco depois de sermos eliminados da Copa Libertadores pelo São Paulo, parece que alguns jogadores serão vendidos.

Os rumores seguem forte dizendo que Kléber irá para o Palmeiras, Thiago Ribeiro para algum time qualquer e Fábio para o Sporting de Portugal. Kléber teve momentos brilhantes e raivosos em Belo Horizonte. Ele conseguiu fazer vários gols, inclusive o que nos classificou para a Libertadores deste ano. Mas ele também foi expulso várias vezes, inclusive no seu primeiro jogo e no último da competição sul-americana.

Thiago Ribeiro cresceu muito neste ano e tornou-se peça importante na equipe. Ele ainda é o artilheiro da Libertadores e o tal "velocista" que Adilson tanto gosta. Saindo Thiago e Kléber, o que nos restará? Wellington Paulista, Guerrón e Kieza? Sem comentários.

Fábio é a única unanimidade no Cruzeiro; sem ele, o que será da nossa defesa? Foi ele que conseguiu segurar vários resultados, operando milagres dignos de um goleiro de Seleção Brasileira. Ele é, indubitavelmente, o melhor goleiro do Brasil.

Ouço falar de gente saindo, mas de gente vindo...

domingo, 23 de maio de 2010

Dois pesos, Uma medida

ARI FERREIRA/LANCEPRESS/O TEMPO ONLINE


Neste Campeonato Brasileiro, parece que, seu um time quiser ganhar do Cruzeiro, terá que fazer mais do que dois gols na partida. Em três jogos na competição, o time marcou duas vezes em cada um deles - contra o Internacional (2x1), Avaí (2x2) e Guarani (2x2).

Uma questão enigmática é por que os jogadores entram sonolentos no primeiro tempo (como em um jogo do Campeonato Mineiro e no Brasileiro contra Avaí e Guarani). Foi preciso levar dois gols no primeiro tempo de hoje antes dos jogadores tomarem vergonha na cara e tentarem ganhar a partida. Se a equipe entrasse ligada nas duas últimas partidas pelo campeonato, teríamos 3 vitórias e seríamos líderes junto com o Corinthians. Entretanto, nos restou a 8ª colocação.

O único jogador que é unanimidade no Cruzeiro é o Fábio. Se não fosse ele, o resultado certamente seria muito pior. O jogador que mostrou mais raça, na minha opinião foi o Kléber, que foi o único a se preocupar em ir às redes nas duas vezes buscar a bola para tentar agilizar a reação celeste. De resto, coube a quem vem jogando muito mal, Gil e Guerrón, fazerem dois gols e empatar o jogo para a Raposa.

Foram dois tempos distintos e um ponto. Foram dois tempos e o possível início de uma rotina. Resta saber se os jogadores vão preferir a rotina dos empates e apatia ou a rotina da raça e dos gols.